mademoiselles e messieurs

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Cotidiano em Fortal City

Quem gosta de fila de banco levanta a mão? Ninguém. Quem gosta de ir ao centro da cidade num dia de calor desértico? (silêncio total). E agora, quem gosta de enfrentar a fila do Bradesco no primeiro dia  de pagamento dos servidores públicos, e sob a cabeça o sol escaldante da tarde de Fortal? (eu!). Fazer o quê? Eu sou assim mesmo, gosto de" me misturar" no meio do povo, gosto de ouvir histórias, de ver gente, gosto de falar.Mas nem sempre foi assim. Eu  nasci tímida, muito tímida mas o Direito me escolheu e virei advogada , já viu  né? Uma advogada tímida e que não se comunica  é pedir pra morrer de fome, depois de conversar seriamente comigo, decidi para o meu próprio bem, mudar, não de profissão mas de postura e foi aí que descobri   como   é    bom falar,  conversar,  dialogar,  bater papo,   papo cabeça ou papo bobo  ( não importa), expor ideias, trocar ideias e assim  não parei mais de falar. Então ,como estava dizendo, ontem foi um dia de peregrinação bancária (Bradesco, Caixa e Itaú), sai com minha filha, primeiro rumo ao Bradesco (antigamente Bec dos Peixinhos) e até que a fila não estava tão grande (acho que é porque o banco foi multado recentemente). Entramos na fila e eis que a Aymée nota que ao nosso lado tem um estrupiado ventilador de coluna fazendo a vez de central de ar condicionado. Na hora pensei: Será que a multa foi tão alta que o Bradesco resolveu fazer economia e deixou a clientela no calor? Como boa cearense, eu já ia fazer uma piadinha e quando ia dizer: "isso é o cúmulo da.... , minha filha que normalmente é mais séria do que eu ,no ato, completou :da pobreza. É verdade, aquilo era o cúmulo da pobreza e do absurdo. Só sendo muito cínico ou  louco de pedra  pra achar que um ventiladorzinho  ia  refrescar um ambiente daquele tamanho. Duas mulheres que estavam na nossa frente, riram da observação e daí para engrenarmos uma conversa, como se fossêmos as melhores amigas de infância, foi um pulo. Falamos sobre tudo e pra não perder o hábito, de violência também. Mas nós brasileiros e cearenses temos uma peculiaridade, que é a de ser engraçado ( gaiato), mesmo nas situações mais trágicas e inusitadas, quer ver : O que você faria se estivesse andando numa rua do centro da cidade , e de repente fosse interceptada por uma Biba  toda montada e armada com um estilete,  ordenando com uma voz trabalhada no hormônio feminino: Passa a bolsa. (!!!!???).
Rir ou chorar? Difícil prever a reação né?  Pois bem, essa senhora me contou que só fazia rir, olhava para a "menina veneno" e   desandava a rir. Demonstrando irritação e impaciência  com aquela que parecia ser  uma total falta de respeito á sua pessoa, a "garota", desceu do salto e tentou falar com voz de menino: Me dá a bolsa, mulher. Foi só então que a vítima caiu em si , tentou  controlar o ataque de riso e entregou a bolsa, afinal, a menina que era menino, tinha um estilete novinho na mão e este não era de mentirinha  não, o perigo também era bem real.  A " bad girl" examinou rapidamente o que havia na bolsa e quando já ia saindo com o objeto roubado à tiracolo, ouviu da vítima o pedido:  Será que não dá pra deixar o dinheiro do táxi? Seu algoz pára, olha pra ela , depois abre a bolsa , que agora é sua e de lá tira uma cédula de real e  diz: Táxi, minha senhora? Tá brincando neeeeeé? Toma dois reais pro ônibus e ainda volta troco.Ah, e a senhora não tem vergonha de andar com um celular desses aqui ,não? A vítima prontamente deixou escapulir: Não . Se você não quiser ele, eu quero. A garota vestida de menino nada falou apenas prosseguiu seu caminho marginal, sem  olhar pra trás. E ainda bem, que não aconteceu nada sério e essa história com pitadas de surrealismo mas totalmente verídica, acabou bem, sem grandes traumas, tanto que  a estou repassando  como me foi narrada, com o gostoso sotaque cearense e o seu indefectível humor, do tipo, "perco o amigo mas não perco a piada". Alguém. mais preocupado, perguntará: E a polícia? Nem sinal dela. Pra quem é de Fortal ou a está visitando é bom tomar cuidado,principalmente quando for ao centro, pois, com as obras (até quando???) do Metrofor, a cidade tornou-se área de lazer para assaltantes e um labirinto perigoso para o cidadão. Eu vou mas daqui a pouco eu volto, tá?.

4 comentários:

  1. No ano passado passei por 3 tentativas de assalto, falo tentativa porque como estava de carro não parei em nenhuma delas.
    E o que ganhei? Na primeira, NADA, graças a Deus. Na 2ª uma porta amassada e um prejuízo de R$500 p/ desamassar a porta. Na 3ª um tiro que por milagre pegou no pneu do carro e me deu mais um preju de R$250 (perda total do pneu). Fiz B.O. apenas nessa última, afinal estava com a capsula da bala deflagrada e o que ouvi dos policiais na delegacia: "que eu não andasse pela praia do futuro no período de 12 às 14horas, pois era o horário de almoço dos policiais e por isso os ladrões aproveitavam", só que as outras 2 tentativas foram à noite.
    E assim caminha a humanidade...

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  2. Amiga, sou meio neurótica com a violência atual... Acho que nem meus santos me suportam mais porque eu rezo o tempo todo...rs
    Sério, já sofri algo parecido no centro, dei meu celular sem nem ele terminar a frase, eu sou assim, facilito o trabalho deles! rs
    Mas, depois dessa, ando igual a uma mendiga quando vou ao centro, vou tirar look do dia pra mostrar... hehe (exageros à parte, é verdade, salto, make, bolsinha bela... never more!)
    Quanto ao banco...rs... é de rir mesmo, pra não chorar! Falta de bom senso, ou sei lá do que... Tbm sou correntista do Bradesco, ai, ai!
    Beijinhos!!!

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  3. Oque seria da vida se nao tivesse o humor, eu era calada e timida e mudei bastante tb.
    bjs

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  4. Nossa minha querida, realmente esse stress esta demais.
    Gostei de conhecer seu blog e suas postagens!
    Seguiremos.
    Esperemos retribuir esse carinho no nosso blog também,
    quem sabe tê-la como seguidora,
    fique em paz,
    Lulu e Sol

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